Remexer no baú da vida é, ao mesmo tempo, alegre e muito doloroso para Renato Aragão. Um dos momentos difíceis dele revisitar é o acidente de avião (num voo de Recife para Fortaleza) que sofreu quando estava na universidade de Direito, em 1958. — Ainda sinto no peito a dor do impacto. Nunca contei para o público. Vivi um cenário de horror — diz o artista, que na ocasião viu muitos corpos e pessoas feridas.
E essa não foi a primeira vez em que Renato viu a morte de perto. Apesar de não lembrar — ele apenas ouviu relatos dos irmãos mais velhos —, o trapalhão se emociona ao contar que quase partiu nos primeiros anos de vida: — Sou caçula de oito irmãos. Antes de mim, minha mãe teve um Renato, que morreu. Quando nasci, ganhei o mesmo nome. E quase fui também. Tive difteria, ao 3 anos. Minha tia me deu uma lavagem intestinal que me salvou. No dia seguinte, estava pulando igual a boneco de mola. Todos ficaram aliviados porque eu sobrevivi.
Mas, segundo o humorista, ele pagou um preço alto por ter escapado: — Por conta desse episódio, minhas irmãs fizeram uma promessa para eu pagar: só podia cortar o cabelo quando fizesse 7 anos. Imagine o bullying que eu sofri lá em Sobral, com aquele cabelão cacheado... (risos).





